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domingo, 23 de setembro de 2007

PF vai apreender carteiras fraudadas da OAB Amazonas Publicidade KÁTIA BRASILda Agência Folha, em Manaus

A PF (Polícia Federal) anunciou ontem que vai apreender as 94 carteiras de identidade de advogados após descoberta de um esquema de fraude na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) do Amazonas.
As carteiras foram emitidas pela Casa da Moeda, mas, segundo a investigação, os advogados receberam o documento mediante pagamento de propina, de até R$ 5.000. Eles não foram aprovados pela Comissão de Exame da OAB.
Na sexta-feira passada, a entidade cancelou as identidades e as inscrições dos 94 advogados, depois que um funcionário da comissão revelou o esquema. Mais 25 inscrições que estavam em andamento foram anuladas.
Segundo o delegado da PF Jocenildo Cavalcante, a denúncia de emissão de documentos falsos na OAB do Amazonas é anterior aos exames realizados em 2006 e neste ano.
Uma escuta telefônica, realizada há mais de um ano, interceptou um empresário, preso durante a Operação Saúva (superfaturamento de licitações públicas), negociando pagamento de propina para conseguir uma carteira da OAB.
À época um inquérito foi aberto pela Polícia Federal para investigar crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, estelionato e falsidade ideológica, mas a OAB não entregou documentos solicitado pela polícia.
Outra denúncia chegou ao Ministério Público Federal em 2004, segundo o delegado. Trata-se de uma representação, do advogado Abdala Sahdo Júnior, que denunciou uma relação de advogados que receberam as carteiras de identidade e inscrições sem aprovação no exame.
A denúncia envolve um desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas supostamente envolvido no esquema. "Só poderíamos aprofundar as investigações através de documentos dos exames, mas OAB não mandou os documentos", disse o delegado, afirmando que todos, até magistrados, serão ouvidos no inquérito.
Ontem, o Tribunal de Justiça do Amazonas informou que comentaria a denúncia envolvendo magistrados após ser notificado pela Polícia Federal.
O advogado Alberto Simonetti Filho, que presidiu a OAB de 2003 a 2006, afirmou à reportagem que lamentava a descoberta das fraudes. "Honestamente, eu não sei se a minha assinatura foi falsificada, assinei muitas carteiras, mais de cem [por concurso] impressas."

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