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domingo, 30 de setembro de 2007

"Eu sonhava em ser um ator de teatro, "





Por Tony SantosFotos: J. Zamith
m artista multimídia, assim pode se definir Zezinho Corrêa. Pouca gente sabe, mas sua carreira começou no teatro e mesmo tendo se destacado como cantor, ele adora representar e tem outras profissoões. Atualmente apresenta o programa de variedades “Figuras”, no canal 21 da Vivax, também é um atuante na área da Educação e faz parte do setor de Cultura do Sesc. Como cantor, fez sucesso no Brasil e no exterior. Hoje tenta levar uma vida mais calma, mesmo assim não se distancia do carinho do público. Em sua sala de trabalho, em meio a bonitos vasos de cerâmica, anjos de porcelana e revistas de cultura, além de telefonemas e um frenético “entra e sai” de funcionários, ele encontrou um tempinho para falar sobre sua carreira, que em 2007 completou 30 anos, suas afinidades com a literatura e o que pensa sobre a Educação no País.

Tony Santos – Como começou a sua carreira artística?Zezinho Corrêa – Pouca gente sabe, mas a minha carreira começou no teatro. Assim que terminei o nível médio, aos 18 anos, fui tentar o vestibular para Artes Cênicas, no Rio de Janeiro, passei entre os cem melhores colocados. Lá, todo mês havia um teste. Mas o professor, o ator da Globo Roberto de Cleto, dizia que o meu negócio era ser cantor e sempre me dava os papéis que tinham alguma cena musical. Na verdade, isso foi bom, porque eu fui ganhando experiência no palco. Então, quando menos esperava, lá estava eu, soltando a voz.
Tony – Então foi surpreendente pra você fazer sucesso como cantor?Zezinho – Na verdade eu sonhava em ser um ator de teatro, cinema ou televisão, jamais imaginava ser um cantor. Mas o Roberto tinha razão, não teve jeito, o meu negócio era a música mesmo (risos). Mesmo assim, devido a problemas familiares, não pude terminar minha faculdade de teatro no Rio e tive de voltar para Manaus, foi quando conheci o Márcio Souza e comecei a fazer parte do Tesc (Teatro Experimental do Sesc). Porém a música já fazia parte da minha vida.
Tony – Qual é a sua formação superior?Zezinho – Depois que eu voltei do Rio, tentei outro vestibular e fui estudar Pedagogia, hoje sou especializado em Administração Escolar.
Tony – Qual o seu livro de cabeceira?Zezinho – Atualmente estou lendo um que o título me chamou bastante a atenção: “Quanto mais difícil for a pessoa que estiver do seu lado, melhor pra você”. É fantástico, um livro que te faz questionar o próprio comportamento por meio das ações da pessoa que você divide o dia-a-dia.
Tony – E um livro de um escritor regional em especial?Zezinho – Ah! Eu sou fã do Márcio Souza, não só como escritor, mas também como teatrólogo, e tenho na cabeceira da minha cama o “Galvez – Imperador do Acre”. Outro que tenho do Márcio Souza, e também acho muito interessante por estar relacionado ao teatro do próprio Tesc, chama-se “Palco Verde”.
Tony – E na sua adolescência teve, algum livro que mudou sua vida?Zezinho – Sim! “O pequeno Príncipe”, até porque foi o primeiro livro que eu li e nunca esqueci os seus fundamentos. Esse livro marcou a minha vida, eu li quando era criança e foi o momento em que comecei a gostar da literatura, pois fala de emoção, da amizade e da solidariedade. Aquela célebre frase: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” é, na verdade, muito forte e é uma realidade. Pois se você cativou alguém, o carinho, a confiança, você tem de ter condições de responder à altura. Um exemplo disso é o artista que conquista um público. Há artista que, no auge do sucesso, se tranca entre quatro paredes e tem medo dos fãs que ele conquistou, se esquecendo que ele é o responsável por essa platéia, então não deve se esconder. Até hoje, quando ouço a palavra príncipe, eu volto no tempo.
Tony – O que você tem a dizer aos jovens sobre a importância da literatura? Zezinho – O livro é o melhor professor e bom para a formação de qualquer cidadão. O diálogo com uma pessoa é importante, pois a resposta vem em seguida em forma de uma opinião particular. Porém te dá uma continuidade com direito e precisão. Hoje o jovem está muito ligado ao computador, à Internet, mas o livro é imprescindível para o crescimento intelectual.
Tony – Falando em Internet, como está a sua relação com essa nova mídia?Zezinho – Eu tenho tão pouco tempo pra pesquisar. Mas adoro ler jornal, então aproveito a Internet para me atualizar e, lógico, conferir meus e-mails. É realmente a comunicação do momento e do futuro.
Tony – E como você vê a situação da educação em nosso Estado? Zezinho – Isso é um assunto muito complexo, porque trabalhar com educação é um compromisso e infelizmente tem pessoas que só pensam no dinheiro que pode ser ganho nessa área. Somente com muito trabalho é que vamos mudar essa situação. É como essa crise aérea que o presidente classificou como um câncer. Não adianta apenas diagnosticar, falar do problema. É preciso curar. Assim, um administrador, não só na área da educação, mas em qualquer área, tem que ser uma pessoa de ação.




Tony – Aproveitando esse momento em que você está completando 30 anos de carreira, com experiência no teatro, na música, e agora com um programa na TV. Qual o conselho para aquele artista que está começando e sonha com o sucesso? Zezinho – Ser artista não é uma carreira muito fácil. Portanto, não se empolgue com o sucesso... Ele é o resultado do bom trabalho como em qualquer profissão. Então, se você busca realização com emoção, trabalhe com a arte, pois é a profissão que lhe da condição de ser um eterno aprendiz e a cada dia descobrir novas coisas.
Tony – E Zezinho por Zezinho?Zezinho – Ahhhh... (risos). É um cara inquieto, que gosta de estar trabalhando sempre. Gosta de criar, ver bons resultados e um trabalho bem produzido. E, lógico, torce para que as coisas dêem certo. Uma pessoa que acredita no futuro do nosso Estado e do nosso País, que é tão lindo e precisa fazer jus ao seu tamanho com desenvolvimento e educação para o povo que habita nele.

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